A Bracell está oferecendo um curso gratuito de Naturoterapia com extensão universitária a 32 profissionais de comunidades rurais, quilombolas e das sedes de Alagoinhas, Entre Rios e Pojuca, na Bahia. Realizado em parceria com o Instituto de Ciências e Naturopatia da Bahia (ICNB), o Sindicato Nacional dos Naturopatas de Formação Superior (Sinddons) e a Lélis Consultoria, o curso tem o apoio da Secretaria de Saúde de Alagoinhas. O objetivo é proporcionar aos participantes conhecimento abrangente sobre técnicas milenares de promoção à saúde, qualificando-os para atuarem na rede básica do SUS (Sistema Único de Saúde), em hospitais e clínicas particulares.
As aulas estão sendo ministradas por 12 especialistas, dentre eles Carlos Paixão, diretor presidente do ICNB. “A iniciativa da Bracell é inovadora. Com este projeto, a empresa abre um leque de possibilidades na área da medicina naturopática, que é totalmente humanista e está crescendo muito no Brasil”, afirma o professor que, com 40 anos de experiência, é responsável pela coordenação técnica da formação. O curso está sendo realizado em Alagoinhas, com carga horária de 680 horas e duração de um ano e meio, contemplando estágio obrigatório e trabalho de conclusão.
“Parabenizo a Bracell por essa iniciativa fantástica. É uma empresa que possui certificações internacionais e pertence a um grupo de origem asiática, o que é muito importante, pois os asiáticos valorizam muito a cultura tradicional e a medicina étnica, praticada pelos povos tradicionais. Essa é a primeira vez que recebo um convite de uma empresa para participar de um evento como esse. Não se trata de abolir a alopatia, mas de integrá-la à medicina naturopata”, diz Amilcar de Oliveira, formado em Medicina Natural pela Universidad Centroccidental Lisandro Alvorado, na Venezuela, e um dos docentes do curso.
Segundo Mouana Fonseca, gerente de Relações Institucionais e Responsabilidade Social, o curso é um desdobramento do projeto Farmácia Verde, criado em 2017 com o objetivo de fomentar a cadeia produtiva de plantas medicinais e aromáticas. “O Farmácia Verde é um projeto voltado para mulheres de comunidades quilombolas do interior baiano, que estão sendo capacitadas para elaborar produtos naturais e terapêuticos, como xaropes, pomadas, sabonetes e aromatizantes de ambiente, a partir de ervas medicinais e aromáticas cultivadas na própria comunidade”, acrescenta Mouana. A gerente lembra ainda que o projeto Farmácia Verde recebeu, em 2018, o Prêmio Indústria Baiana Sustentável, concedido pela Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb).
Mouana ressalta que a iniciativa está em linha com as orientações do Ministério da Saúde, que recomenda a adoção de ações e serviços da medicina tradicional e práticas integrativas pelas secretarias de saúde dos estados, distrito federal e dos municípios. Neste contexto, Alagoinhas foi pioneira no estado a regulamentar o tema, através da Lei nº 1989/09, que dispõe sobre o reconhecimento, a regulamentação e o enquadramento do exercício das profissões da medicina tradicional natural e das demais práticas integrativas e complementares no município.