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Reflexão no mês do Dia Mundial da água: “Florestas e água: Praticar, ensinar e inovar”

Por José Luiz Gava*

Quem, durante uma viagem, observa um plantio de eucalipto às margens de alguma rodovia na região do litoral norte, agreste ou recôncavo da Bahia, talvez não imagine quanta tecnologia, pesquisa e anos de trabalho são necessários para que ele esteja ali. Cada área como aquela é fruto da união de talentos e experiências capazes de garantir eucalipto de alta qualidade para produzir a celulose solúvel, matéria-prima utilizada na confecção de roupas, medicamentos, alimentos e outros produtos essenciais ao bem-estar de milhões de pessoas ao redor do mundo.

Um exemplo dessas pesquisas é o recente estudo de agroclimatologia, que consolida informações climáticas colhidas em 100 estações meteorológicas ao longo de 40 anos. Concluído em 2018, ele possibilita à Bracell realizar diagnósticos estratégicos das relações das condições meteorológicas com o meio rural e a produção agrícola da nossa região. São ações que minimizam riscos às atividades, orientam a tomada de decisões e, por consequência, propiciam operações seguras para a comunidade, os recursos hídricos, o clima e o meio ambiente.

É uma prova da constante evolução do setor da silvicultura em novas tecnologias e do modelo de manejo florestal, que tem a finalidade de manter Áreas de Preservação Permanente (APPs), Reservas Legais (RL) e Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs). Uma boa prática disso são os mais de 60 mil hectares de vegetação nativa no estado da Bahia, incluindo 5.400 hectares de RPPNs, preservados pela Bracell, uma das líderes globais na produção de celulose solúvel. E quando tocamos no assunto de floresta, a água, essencial para a vida humana, está diretamente relacionada a esta atividade.

No mês em que se comemora o Dia Mundial da Água, em 22 de março, a empresa celebra as mais de 1.200 nascentes de rios que estão abrigadas em suas áreas de mata nativa. A microbacia do rio Farje, que integra a bacia do rio Sauipe, na cidade de Entre Rios, é mais um exemplo a ser ressaltado. A área apresenta 125 hectares e é monitorada há 18 anos, sendo o segundo projeto vistoriado mais antigo do Brasil. O impacto zero da atividade florestal nesta região ajuda a desmistificar a relação entre os cultivos de eucalipto e a água.

Além de adotar as melhores práticas, é preciso compartilhar informações por meio de projetos de educação ambiental. Somente em 2019, cerca de 5 mil pessoas foram beneficiadas e o poder público, instituições de ensino e comunidades participaram da recuperação de nascentes e matas ciliares das bacias dos rios Subaúma, Catu e Sauípe.  Os resultados positivos são incríveis e nos dão a certeza do caminho certo de praticar, ensinar e inovar na conservação dos recursos hídricos.

*Engenheiro florestal e especialista em manejo florestal na Bracell.