Trabalhos inovadores, que utilizam dados dos satélites Sentinel-1, foram apresentados em congresso e seminário realizados em São Paulo e no Espírito Santo
Dois estudos inovadores desenvolvidos por profissionais da Bracell Bahia em dois eventos internacionais, ambos tendo como base a utilização de dados dos satélites Sentinel-1, sendo um no processo de identificação das fases de crescimento de eucalipto sob diferentes tipos de manejo e outro na detecção de incêndios nos plantios florestais, conquistaram o primeiro lugar em suas respectivas apresentações.
Os trabalhos foram levados ao Congresso sobre Plantações Florestais do Instituto de Pesquisa e Estudos Florestais (Ipef) – promovido em parceria com a Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), a Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel (ABTCP) e a International Union of Forest Research Organizations (Iufro), em Piracicaba (SP) – e ao 1º Seminário Internacional de Sensoriamento Remoto Aplicado à Mensuração Florestal, em Jerônimo Monteiro (ES), em uma parceria entre o Departamento de Ciências Florestais e da Madeira da Universidade Federal do Espírito do Santo (Ufes), a Universidade de Maine, nos Estados Unidos, a University of Technology and Economics of Budapest, na Hungria, e a Universidad Tecnológica Indoamérica do Equador.
Ambos os estudos foram desenvolvidos pelos pesquisadores da Bracell Caio Santos e Jorge Monteiro, respectivamente, estagiário e trainee do setor de Planejamento; Mateus Tinôco, analista de Geoprocessamento; e Túlio Queiroz, pesquisador florestal da gerência de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D).
Com o título “Dados Multitemporais do SAR Sentinel-1 para identificação das fases de crescimento do Eucalyptus spp sob diferentes tipos de manejo”, a pesquisa apresentada pela equipe no Congresso do Ipef avalia os estágios do crescimento do eucalipto nas duas modalidades de manejo adotadas pela empresa: a reforma e a talhadia. Para o estudo, foram analisados 50 talhões (áreas cultivadas) da Bracell.
Já o estudo “Detecção de Incêndios por Meio de Séries Históricas de Radar” – apresentado no seminário da Ufes, que contou, inclusive, com representantes da Nasa, a agência espacial americana – mostra a funcionalidade do radar para o monitoramento e identificação de áreas afetadas por incêndio nos plantios de eucalipto. “Com o sensoriamento remoto, monitoramos as florestas e podemos identificar anomalias, como é o caso dos incêndios”, explica Tinôco.
Monteiro explica que os “dados de radar são, geralmente, utilizados pela meteorologia. Apesar de serem dados públicos, fornecidos pela Agência Espacial Europeia, são pouco utilizados por empresas florestais, porque a manipulação dessas informações é complexa. Por isso, normalmente, o setor emprega dados de satélites multiespectrais, mas eles têm a desvantagem de interromper a captação de informações em dias chuvosos ou com grande presença de nuvens, o que não acontece com o radar”.
Por estarem relacionados às propriedades físicas e estruturais das florestas, os dados atuais e históricos do radar possibilitam compreender a dinâmica de crescimento, identificação de ciclos de corte e plantio e detecção de anomalias, como incêndios florestais e infestações por plantas daninhas em plantios jovens.
“Utilizando dados obtidos por sensores remotos, realizamos o monitoramento periódico dos ativos florestais da empresa – tanto nas áreas destinadas ao plantio de eucalipto como nas de vegetação nativa e em processo de regeneração, reforçando o Compromisso Um-para-Um da Bracell de igualar sua área de plantio à de preservação de área nativa. Desse modo, a parceria entre os times de Geoprocessamento, P&D, Eficiência Florestal, Silvicultura e Meio Ambiente viabilizam o aperfeiçoamento das práticas de manejo florestal da companhia”, destaca Tinôco.
De acordo com ele, a participação dos colaboradores da Bracell em eventos desse tipo faz parte do programa de capacitação realizado pela área de Treinamento e Desenvolvimento, e reforça o interesse da companhia em capacitar tecnicamente seus membros.